sexta-feira, 28 de junho de 2013

Crítica: The Haunting of Helena (A Maldição de Helena)

Nome original: The Haunting of Helena/ Fairytale
País de origem: Turquia
Ano: 2012
Roteiro: Christian Bisceglia
Direção: Christian Bisceglia, Ascanio Malgarini

Pior do que assistir um filme ruim, é assistir um filme ruim que você sabe que podia ser ótimo. Quando surgiram notícias sobre um filme de terror baseado na lenda da fada do dente, me animei. Parecia tão sombrio e perturbador. Quando algumas imagens do filme começaram a surgir eu pude afirmar que o filme seria espetacular, ousado e assustador. O trailer então, só serviu para me dar mais água na boca. Mas então, eu tive a oportunidade de assisti-lo...


Após o divórcio (que foi apenas uma desculpa muito mal dada para tapar alguns buracos do enredo) Sophia se muda para outra casa com sua filha Helena. Na residência nova, mas especificamente no porão, a menina vê um armário com o desenho de uma bailarina. Ela gosta tanto que pede para que o armário seja colocado em seu quarto. Nessa mesma época a menina começa a perder seus dentes de leite. A mãe decide seguir a tradição de trocar o dente caído por uma moeda. O que ela não esperava, era que alguém já havia feito isso. Desde então, Helena cria uma fixação por dentes ao ponto de comprar os dentes dos coleguinhas de escola. Mas ela não faz por que quer, ela alega ser induzida a isso pela "Fada do Dente".


A premissa parece genial, e foi exatamente assim que a ideia me comprou. Mas a decepção foi proporcional a expectativa. Para inicio de conversa, quando que os cineastas vão entender que CGI (Computação Gráfica) não combina com filmes de terror? Simplesmente transforma a experiência em algo plástico e falso. O excesso de efeitos especiais aqui consegue incomodar a ponto de tirar a atenção da história. Como por exemplo em uma cena simplesmente desnecessária em que um acidente de carro ocorre e tudo, absolutamente tudo, é computação gráfica. O carro, a ponte, a água, tudo. Mas a sessão de efeitos especiais apelativos e cenas sem a menor importância não pára por aí. Quando a criatividade do roteirista acabou, ele decidiu inserir moscas fantasma assassinas; que em momento algum é explicado sequer de onde vieram essas tais moscas. Elas não tem relação nenhuma com a história.
Em inúmeros momentos somos surpreendidos por um corta-clímax. O suspense vai sendo criado, a trilha sonora aumenta indicando uma reviravolta e de repente... Fade out. E corta para outra cena sem explicar nada. Não são pontas soltas que vão se explicar em um flashback nos minutos finais, são apenas cenas desnecessárias.


As atuações também não são das melhores. É totalmente incompreensível quando Sophia vê sua filha arrancando o próprio dente e caminhar com a boca completamente ensanguentada e tem uma reação tipo, "poxa, que ruim", mas quando o psicólogo da garota simplesmente diz que "algo aconteceu na casa para qual elas se mudaram" ela chora como se fosse o fim do mundo. Também não é muito explicado porque a pequena Helena não tem medo e faz até "amizade" com uma mulher ensanguentada sem os dentes, mas fica completamente incomodada com o espírito de uma pequena garotinha, mais fofa que ela diga-se de passagem.

[O PRÓXIMO PARÁGRAFO CONTÉM SPOILER LEVE]
O espírito que estampa o pôster de divulgação, aparece mesmo uma única vez. Essa cena devo admitir que foi interessante, a mulher com a boca rasgada, sem os dentes, pingando sangue. O espírito persegue Sophia e Helena, seu vestido deixa um rastro de sangue e mofo pelo caminho, no maior estilo Silent Hill. Depois disso, logicamente, Sophia percebe que a fada do dente que sua filha tanto diz é real. E por algum motivo sem o menor nexo, ela simplesmente interna a filha. Isso mesmo, a mulher vê a tal fada do dente que a filha tanto falava, e então acha que é uma alucinação... Da cabeça da filha (?)
[FIM DOS SPOILERS]

As maquiagens estão bastante reais, assim como os efeitos especiais, o problema é que não existe computação gráfica boa suficiente para enganar os olhos do espectador.
São poucas as cenas que podemos chamar de interessante. Há uma em que a pequena Helena é atormentada por uma chuva de dentes no hospital (que quase foi estragada pelo fato de ter alguns elementos em CGI), a cena em que explica parcialmente o porque do espírito ter esse fascínio por dentes também foi muito bem elaborada. Mas a melhor parte do filme, que me impediu de terminar com um impressão 100% ruim de todo o conteúdo foi a virada final. Com um desfecho surpreendente, eu acho que essa ideia funcionaria bem melhor em um curta. Talvez esse foi o problema que trouxe tantas cena sem o menor sentido.

TRAILER:


Mas e aí? Vale a pena ver?
Claro que vale! Esse é um filme que pode divergir opiniões. Eu odiei com todas as forças algumas partes e achei interessantes outras. Só assistindo para tirar sua própria conclusão.

Quanto vale?






Dá pra comer duas pipoquinhas de boa com esse filme. Vai dar uma raivinha em certos momentos, mas dá pra curtir sem ficar pensando que perdeu 90 minutos da sua vida.

Comentários
3 Comentários

3 comentários:

  1. Cara,aquele print da menina com a boca rasgada é puro CGI,dá pra ver com clareza -.-

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    Respostas
    1. E pior parte é saber que essa maquiagem dava pra fazer de forma bastante simples, sem precisa desse CGI exagerado

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  2. Filme cheio de clichês, porém, um pouquinho antes do final temos uma revelação sobre a "fada" e as crianças mortas pelos lobos.

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