domingo, 16 de junho de 2013

Crítica: Black Mirror - Episódio 1

Eu sou um leitor assíduo do site Boca do Inferno. Sempre me informo sobre filmes e séries com o tema fantástico. Recentemente, navegando por lá, tomei conhecimento de uma série chamada "Black Mirror". Aparentemente uma série sobre como a tecnologia e a mídia e como ela nos afeta e manipula. Achei a temática interessante e fui saber mais. Assisti ao primeiro episódio, e descobri que a série é simplesmente genial. Por isso irei postar críticas de cada episódio aqui, hoje começaremos com...

The National Anthem (O Hino Nacional)
Inglaterra, tempos atuais. Princesa Susannah é sequestrada. Não se sabe por quem, por quê ou pra que. A única informação que se tem, é devido a um vídeo postado no nosso saudoso Youtube. Nele, a própria princesa aparece amarrada, e é forçada a ler um texto dado pelo sequestrador. Descobrimos então que a condição para que ela seja libertada é bastante simples até. É necessário apenas que o primeiro ministro inglês, Michael Callow (Rory Kinnear, que interpretou Bill Tenner nos últimos filmes e jogos do 007) apareça em rede nacional, sem cortes, sem truques... Transando com uma porca. Não você não leu errado, o homem deve estar em todos os canais ao vivo, em coito com a suína até as 16:00; caso contrário a princesa morre.


Obviamente o ministro EXIGE censura e proíbe que qualquer notícia e até mesmo o vídeo sejam veiculados na TV. Mas qual é, estamos falando de internet. Em questão de minutos o mundo inteiro já está sabendo da história e a TV vai no embalo. O ponto mais interessante desse episódio de estréia um tanto quanto perturbador, é que acompanhamos a notícia sendo acompanha por inúmeros telespectadores. Assim como eu, tenho certeza que no meio de algum deles você vai se enxergar. Seja no cara que não vê a hora do ministro aceitar a horrenda proposta para poder gravar, ou da enfermeira que fica com "dó", porém não desgruda o olho da televisão.


A cada minuto a situação se torna mais insustentável. Michael Callow não consegue lidar com a humilhação iminente, sua mulher perturbada com a situação, os esforços em vão da polícia para chegar ao sequestrador... Obviamente a população não quer ver uma cena de bestialidade logo após o almoço (apesar de que nós adoramos ver a humilhação alheia, como citado pela esposa do ministro). Mas uma singela encomenda enviada pelo algoz de Michael, à uma rede de televisão muda o jogo. O povo então começa a pressionar o político a fazer o que lhe foi pedido. Se ele aceitar será humilhado mundialmente ao transar com uma porca, se não o fizer, terá sua vida destruída e culpado para sempre pela morte da filha da Rainha (que aliás é adora por todo o mundo por sua bondade e consciência ambiental).


Os três elementos da polêmica (e de qualquer outra) são expostos de forma inquietante. O criador da polêmica, sempre querendo evidência (ou o contrário), a mídia que sempre está em busca de audiência (e só mostra aquilo que lhe for mais favorável), e nós, a audiência; afinal se nós não assistirmos o lixo que a TV nos impõe, talvez ela parasse de impor não? No final das contas, somos todos culpados. Sem exceção.

Quer saber se o primeiro ministro aceitou ou não, e quais foram as consequências de sua decisão? A série ao que parece era exibida no canal I-Sat aos sábados às 22h, porém não encontrei mais informações. Mas como eu disse, isso aqui é internet, o Google mostra a você onde pode ver.

Comentários
23 Comentários

23 comentários:

  1. Fizemos um videocast pra discutir toda essa angústia, constrangimento e reflexão que o episódio provoca!

    https://youtu.be/phAN1smoto0

    ;)

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  2. Sinceramente, eu não entwndi muito bem o final o.O

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    1. Eu também não. Parece que a esposa dele ainda nao conseguiu lidar com a situação e ele ainda sofre com a humilhação. Nao vi nada além disso...

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    2. Mostrou que na vida profissional ele conseguiu se reerguer depois da humilhação, mas a um custo enorme, a mulher nunca aceitou e o casamento provavelmente acabou, só vivem de aparências agora...

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  3. Pelo que deu a entender a intenção era destruir a vida conjugal do ministro.

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    1. Quem sequestrou foi um artista, nada passou mais do que uma "obra de arte" sobre a alienação das pessoas na TV

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  4. Pelo que deu a entender a intenção era destruir a vida conjugal do ministro.

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  5. Tem nada de especial no final, apenas a esposa ainda não aceitou a situação e eles vivem de aparências, simples assim. Série fantástica

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  6. Porque aparece um cara flutuando no final?

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  7. Se você prestar atenção , a princesa foi solta no centro dá cidade 30 minutos antes de que a exigência fosse cumprida , o sequestrador quis mostrar como somos alienados de tão formas que ficamos cegos em relação a algo , as pessoas queriam tanto ver a humilhação do ministro em nível mundial que esqueceram do principal a princesa ! Isso mostra como somos alimentados por lixo na tv e cada vez queremos mais !

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  8. (Hino nacional) talvez quisessem ver até onde iriam por esse patriotismo, o que fariam em nome da nação, sabe?! Uma provocação direta a um homem do meio político, afinal o homem se matou liberando a princesa 30 minutos antes. Tlvz ele realmente só quisesse ver até onde o ministro iria.

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  9. Sobre o primeiro episódio: atores que não convencem, história sem pé e sem cabeça, e um mal gosto total.

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  10. Sobre o primeiro episódio: atores que não convencem, história sem pé e sem cabeça, e um mal gosto total.

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  11. Só não entendi por que o cara se enforca no final, alguém consegue me explicar???

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  12. Só não entendi por que o cara se enforca no final, alguém consegue me explicar???

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  13. Ele se enforca no final como se fosse a única alternativa dele, já que ele seria lembrado pela sua "obra", deixado uma reflexão de que as pessoas preferiram ver a humilhação do Ministro do que se preocuparem com a princesa, se não tivessem ficado focados na TV, teriam visto a princesa na rua (a 30min antes do ato do Ministro com a porca) e isso poderia ter sido evitado. E também por conta de que para ele ser lembrado teria que ser conhecido pela obra, por isso ele preferiu se suicidar (enforcar), já que não queria ser conhecido como o criador dessa obra e que fosse preso no final, preferiu a morte.

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