Creepypasta: O taxista

TEXTO DE MINHA AUTORIA.

Dizem que certa vez um velho taxista passava a noite vagando pela cidade com um semblante triste que parecia estar tatuado em seu rosto. Sua amargura era devido sua esterilidade  Mesmo passando pelos seus cinquenta anos, ainda não havia realizado o sonho de ser pai. Sua rotina de vida, ou melhor, de sobrevivência, era sair de manhã, levar as pessoas felizes aos seus destinos e voltar pra casa para dormir.

Até que em uma noite ele acordou de madrugada e subitamente saltou da cama. O mais rápido que pode, pegou um pequeno vaso para se proteger. Ele piscou os olhos algumas vezes para ter certeza que aquela silhueta que o observava das sombras era real.

- Quem é você? - O velho taxista perguntou assustado.

- Por muitos nomes vocês me chamam.

- É melhor embora da minha casa agora ou você vai sair bem machucado.

- E o que um velho como você faria? Eu não vim para trazer-lhe mais desconforto. Eu sei o que você quer.

- Do que você está falando?

- Um filho. Sei de todos sonhos que você almeja. Mas sei que esse é maior. Toma conta do seu ser. Por isso quero lhe propor um trato.

- Eu já estou entendo o que há. E não! Não vou cair nessa armadilha.

- Cair em armadilha? Você não me conhece, mas eu te conheço. Eu te observo há muito tempo. Sei que a vida não tem sentido para você sem a paternidade. E Sei que pensa no suicídio todas as noites. Eu poderia te deixar aqui e seu comportamento depressivo e autodestrutivo fariam o trabalho de trazer sua alma até a mim.

- E o que você quer?

- Bem... Um espírito só aquele lá de cima pode dar. Mas um corpo eu posso providenciar. Eu te dou uma filha. E você cuida dela como um casulo para mim.

O taxista pensou tão rapidamente quanto respondeu:

- O que eu tenho que fazer?

E seguindo as orientações daquele homem, o velho taxista fez algumas modificações em seu táxi. Eram três da manhã quando aquele carro vagava pelas ruas. Ele parou em uma esquina ao observar uma prostituta, que percebendo a atenção do taxista, se aproximou. A moça ofereceu um programa e ele aceitou. Ao entrar no carro as portas travaram. Ela então percebeu que uma estrutura de ferro separava o carona traseiro do motorista, os vidros das janelas eram blindados e a prova de impactos. Não havia forma alguma de escapar daquela cela móvel. A mulher foi levada a força para dentro da casa do taxista. Após ser amarrada, o homem estranho apareceu de novo. O ritual foi bem simples.

Com ela já amarrada a cama, velas negras foram acesas ao redor do quarto. O taxista, utilizando uma faca de cozinha, fez um corte vertical e outro horizontal formando algo parecido com uma cruz entre os seios da pobre mulher. A mulher estava nua, ensanguentada e chorava desesperadamente. Os comandos do homem ao taxista foram simples e diretos:

- Ela é sua agora. Estupre-a.

E assim aquele velho taxista fez. Violentou a prostituta durante longas três horas, até que ela desmaiou.

Durante nove meses o taxista a manteve cativa. Nove meses sem ver a luz do sol, imobilizada em uma cama. Só via o taxista três vezes; quando ele ia alimentá-la, quando ele ia limpá-la e quando ele ia violentá-la (apesar de isso não fazer parte do ritual). A criança nasceu forte e saudável. Não se sabe o que houve com sua mãe; ela não era necessária partir dali, talvez tenha sido abandonada em uma rua qualquer ou até mesmo morta. O que importava para aquele velho taxista era a felicidade incontrolável de poder chamar outro ser de "filha", e saber que um dia ela o chamaria de "pai". O homem nunca apareceu para cobrar sua parte do trato, não fisicamente.

A criança cresceu. Aos oito anos de idade começou a sentir fome. Não era fome de leite, não era fome de doce, não era fome de comida. Era fome de sangue e carne humana. E assim, todas as noites aquele mesmo velho taxista sai por aí, para buscar comida para sua filha. Portanto, quando estiver por aí, perdido a noite... Cuidado com qual táxi você pega.