sábado, 17 de novembro de 2012

Creepypasta: Púrpura

TEXTO DE MINHA AUTORIA.

A aldeia onde eu morava sempre viveu em paz. Nunca incomodara nenhum reino. Mas a loucura de um ditador sem escrúpulos interrompeu os anos de calmaria de meu povo.
Nossa aldeia havia sido invadida. Os soldados impiedosos não pouparam crianças, idosos ou deficientes. Um a um foram sendo dilacerados no fio de suas espadas. O comando que eles haviam recebido era de matar qualquer coisa que se mexesse. Permaneci por mais de oito horas, encolhido embaixo da cama. Apenas com olhares, me comunicava com minha irmã; Ana, que estava escondida embaixo de uma mesa com brinquedos que havia em nosso quarto.
Nossos pais haviam sido capturados. Suas últimas palavras foram: Corram! Se escondam e não saiam de onde estiverem!

Assim, obedecemos por oito horas, longas oito horas. Até que ouvimos o barulho da porta se abrir. O medo fez com que eu fechasse meus olhos subitamente. Ouvi alguém caminhar até nosso quarto. Seja lá quem fosse, tinha uma respiração ofegante, como a de um urso pronto para a caça. Em seguida ouvi a mesa se quebrar e Ana gritar. Me senti impotente, e apavorado apenas me contraí mais, como um feto. Ouvi a criatura com uma voz sombria e rouca, como a de um demônio perguntar:
- Com quem você mora?
- Sozinha! - Ana respondeu.
- Uma menina tão pequena e frágil assim, morando sozinha?
- Sim! Por favor não me machuque.
Ouvi um barulho de carne rasgando seguido de um grito mais forte de Ana que chorava intensamente.
- Vamos tentar de novo... Com quem você mora? - A criatura insistiu.
- Eu já disse que moro sozinha! Por favor pare, eu estou sangrando!
Mordi minha mão para calar meu choro diante daquela situação.
- Tudo bem então. Aposto que eles apareceram para procurar o seu corpo!
Os urros de Ana enquanto era devorada pela criatura era ensurdecedor. Sua carne era retalhada, seus ossos trincavam, quebrando um a um. Podia ouvir o sangue abundante molhar o chão e em seguida o senti percorrer minhas costas. Até que os gritos de Ana cessaram. Ouvi a criatura largar aquele pedaço de carne retorcida que um dia foi minha irmã no chão.
Quando o silêncio absoluto tomou conta do ambiente eu pude chorar aos prantos e correr para fora da cama. Agarrei aqueles pedaços ensanguentados com toda minha força.
- Ana! O que fizeram com você Ana ! - Gritei o mais alto que pude. Uma voz doce e suave interrompeu meus martírio.
- Não chore meu amor...
Virei-me rapidamente para olhar quem era. Ao contrário de minha expectativa, era uma moça muito bela, corpo perfeito, seios fartos, curvas impecáveis, tinha o charme e a delicadeza de uma princesa. De início supus que fosse dançarina de algum bordel, também fugitiva do ataque. Sua beleza era acentuada por aquela roupa de odalisca. Ela se aproximou.
- Vai ficar tudo bem. - Ela disse por trás de seu véu cor púrpura. - Você é bem bonito para um menino da sua idade.
Eu estava estonteado com a sensualidade daquela mulher. O corpo de minha irmã escorregava por entre meus dedos a cada passo dela. Sem saber o que fazia eu também caminhei em sua direção. Quando estávamos parados um em frente ao outro ela me abraçou, confortando-me. Era bom sentir o afeto de alguém depois de tudo aquilo. Então ela sussurrou com uma voz sombria e rouca, como a de um demônio, em meu ouvido:
- Quer dançar?
Arranquei o véu de seu rosto apenas para constatar aquela face horrível; dentes protuberantes para fora da boca, assemelhando-se a navalhas e um olhar vermelho infernal. Ela tentou morder meu pescoço, mas eu pus a mão na frente. Isso me custou um grande pedaço de meu braço. Consegui me soltar e fugi pela janela. Corri desesperado pelas ruas segurando meu braço que era unido a meu corpo apenas por uma fina cama de pele e músculos. corri até uma floresta e me escondi dentro de um buraco em uma gigantesca árvore; fiquei lá por dias, Em meio a lama e a fome.
Eu sei que aquela criatura está em algum lugar me espreitando e sei que ela vai me achar. Mas quando achar... eu estarei preparado para arrancar a sua cabeça e mutilar seu corpo por completo!















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