quarta-feira, 5 de novembro de 2014

ODE AO SUICIDA

Amanheceu azul, assim achou
Borboletas brilhavam beijando a brisa
Caiu a chuva correndo a cor
Digredindo a dor que densa desliza

Escoando entrementes esmigalhado
Finge fugir da forca fugazmente
Garante que a garoa guardará
Hoje seu habitat heterogeneamente

Insiste em ignorar ser injusto
Justo? Jurava julgar como justiça pela janela
Knock Out, Kafkiano
Lembrou-se da luz limpando a lapela

Manchada de manchas multicolores
Negando a nuca não nivelada e o nicho nodoso
Oprimindo o ódio, oprimindo odores
Pondo a cabeça pesada para o repouso

Quem ia querer quantificar a queda?
Reagiu rufando risos irresponsáveis
Saltou subitamente sobre a saída
Tentou justificar a tentativa tola

Uniu-se, humilhado, ao chão úmido
Viveu livre vadio, esvaiu-se viciado
Xadrez, xilindró? Xô! Chorou por um xamã
Zunindo em zig-zag, zoado, mas zerado

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Post Scriptum:
Este conto foi escrito para um projeto pessoal de escrita criativa. Em suma, alguém me estipulou um tema e/ou um prazo. A ideia é escrever sem pensar; sentar na frente do computador e deixar a história se escrever sozinha.
Este conto foi escrito em 40 minutos e o tema era "Figura de Linguagem", da qual eu escolhi "Aliteração", com um desafio bônus de seguir a ordem do alfabeto.

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