sábado, 20 de julho de 2013

Crítica: O Operário

Nome original: The Machinist 
País de origem: Espanha e Estados Unidos.
Ano: 2004
Roteiro: Scott Kosar
Direção: Brad Anderson

Paranoia extrema. Com essas duas simples palavras eu poderia resumir essa crítica. Antes de falar da história desse thriller surpreendente e instigante, vamos falar sobre o protagonista. Trevor Reznik é interpretado por Christian Bale (sim, o Batman da recente trilogia), o personagem é um homem que sofre de problemas de insônia e está há um ano sem ter uma noite de sono. Obviamente a falta de descanso o deixou bastante cansado e debilitado. Para chegar ao corpo ideal do personagem, o cara fez uma dieta de dois meses comendo, por dia, apenas uma lata de atum, uma maçã e cigarros. Com isso ele perdeu 20 Kg, e o galã musculoso que deu porrada no Coringa, ficou nesse estado:


Tá aí um cara que leva o trabalho bastante a sério. Vê-lo com essa aparência pode até te fazer que foi um exagero, mas sem dúvida ajudou bastante no filme. Você consegue sentir o cansaço físico e mental dele em cada cena. Vale lembrar também que as filmagens de Batman Begins começaram meses após o lançamento de O Operário, e como se não bastasse, ele ganhou peso até demais, e teve que perdê-lo quando as filmagens começaram.


Mas chega de falar da fodacidade de Christian Bale e falemos sobre o enredo de O Operário. Como havia dito lá em cima, Trevor está a um ano sem dormir. Esse cansaço acaba lhe custando caro, e para um de seus colegas de trabalho também. Por um descuido Trevor, acaba destravando uma máquina que arranca o braço de seu amigo. A partir daí ele se vê em um jogo psicológico aterrorizante. Não pode confiar em ninguém.

Uma charada em forma de recadinhos surge todos os dias em sua geladeira, seus colegas de trabalho parecem estar tramando para vingar o erro cometido, sua "amante" e também garota de programa favorita parece esconder segredos sobre seu ex, a paranoia não tem fim. Ele ainda tem a "ajuda" de um cara chamado Ivan, que as pessoas ao seu redor dizem não existir. Dicas e referências vão sendo soltadas aos poucos e vamos entendendo a história junto com o protagonista, te impedindo de tirar qualquer conclusão antes da cena final. Quando você menos acha que entendeu algum detalhe, uma nova pista surge, alguma informação não bate, alguma coisa dá errado, e nós o seguimos nessa jornada.

A fotografia sombria, com tons gelados torna todo o ambiente mais perturbador. Unido com a trilha sonora que lembra muito os suspenses das décadas de 50 e 60 como os clássicos deHitchcock, transforma o conjunto em uma obra prima.

Sobre o final do filme:
O parágrafo a seguir dá revelações diretas sobre o desfecho, que diga-se de passagem é brilhante e surpreendente. Leia apenas caso já tenha assistido o filme.
[SPOILER] O desfecho do filme, ao contrário do que parece não é tão certo. Algumas questões ainda ficaram em aberto. Gostaria de aproveitar a oportunidade para lhes contar minha interpretação. Pelo que eu entendi, o Trevis estava passando por uma espécie de purgatório aqui na terra. Por isso sua aparência cadavérica, seu cansaço, a paranoia. Li algumas teorias que diziam que ele estava morto e "pagando" seus pecados. E ao se entregar a polícia no final, era uma "metáfora" a respeito de assumir a culpa do atropelamento da criança. Se teve uma interpretação diferente, deixe nos comentários. [FIM DO SPOILER]

QUANTO VALE?
Passou raspando quatro pipocas, mas ficou com três. Vale muito a pena conferir!

Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Pode também atribuidor a Síndrome de Burnout, sé não pensar no filme em si, as ações e reações dele podem ter sido adquirida por conta do cansaço do trabalho?

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